Imagem de destaque: Karyme Franca
Na última tarde de sábado, a Marina da Glória foi prestigiada com muita música e cultura.
Ana Frango Elétrico foi a escolha de nome para abrir o dia de festival, e seu público fiel foi lotando a plateia do Palco Cidade. O artista entregou quase todas as faixas de seu último álbum “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua”, sucesso na cena indie, com destaque para as faixas “Camelo Azul” e “Insista em Mim”. Sempre se mostrando caprichado nas referências, Ana trouxe covers divertidíssimos de Marcos Valle e Crystal Waters, para depois então encerrar sua apresentação com uma sequência de hits próprios e se despedindo com elegância ao som de “Electric Fish”.
Na abertura do Palco Bosque, a lenda do jazz inglês contemporâneo Alfa Mist trouxe um som delicioso para o fim de tarde no festival. A passagem pelo Brasil se deu pela turnê Variables, para divulgação do álbum de mesmo nome lançado no ano passado. Assim, o público pôde desfrutar dessas músicas tocadas com maestria ao vivo.
Rubel criou uma viagem no tempo cantando suas mais antigas e conhecidas canções como “O Velho e o Mar”, “Quando Bate Aquela Saudade” e o hit “Partilhar”. Foi lindo! Logo depois, um pulo para as faixas do último álbum, com uma sonoridade completamente diferente mas muito bem recebida mesmo assim, e fechou sua apresentação com “Grão de Areia”.
Uma das principais promessas do lineup era o show de Lenine e Suzano com o repertório do álbum “Olho de Peixe”, e valeu toda a expectativa – que show lindo! A dupla chegou ao palco quebrando tudo com “Acredite ou Não”, e a vivacidade da apresentação se manteve até o fim com “Mais Além”.
Foi então a vez da musa Adi Oasis tomar conta do festival. Nada de guitarras, seu som é composto somente por teclado, bateria, baixo e, claro, sua belíssima voz. Além de apresentar quase todas as faixas de seu último álbum “Lotus Glow”, a artista se mostrou afiadíssima nas referências brasileiras com um cover de “Onda” de Cassiano, e claro que sua faixa com feat. com Luedji Luna “Multiply” também não ficaria de fora. Apaixonada pelo rio, mencionou a cidade diversas vezes em agradecimentos, e se sentiu muito à vontade para soltar o corpo e a voz no palco. Volte sempre, Adi!
Devendra Banhart chegou ao palco do Queremos de vestidinho em grande estilo para fazer um show para seu público indie fiel. Sua setlist incluiu “Twin”, “Für Hildegard von Bingen” e “Mi Negrita”, mas o artista também abriu espaço para ouvir sugestões de música do público, devidamente atendidas! O artista brincou com a língua portuguesa em diversos momentos, e enfim fechou sua apresentação com a grande “Carmensita”.
Enfim, chegou a hora da estrela da noite: Djavan. Sua mera presença no palco é mágica por si só, e de início mal sabíamos que viveríamos momentos tão inesquecíveis. Sempre flutuante no palco, seu carisma irradia uma energia contagiante, digna para contar sua história por meio de seus maiores hits. Quem esteve presente nessa noite teve a sorte de testemunhar “Eu te Devoro”, “Azul”, “Se…” e “Samurai”. No meio do show, houve um trechinho de voz e violão muitíssimo emocionante com canções como “Meu Bem Querer” e “Oceano”. A lenda se despediu do público de forma super dançante e energética com os hits “Pétala” e “Lilás”, agradecendo o prazer de estar conosco. O prazer certamente foi todo nosso!
Djonga conseguiu cumprir seu papel de atrair o público ainda depois do espetáculo anterior e entregou um show inesquecível. Para os que gostam das antigas, puderam ouvir “Solto” e “Ladrão”, mas quem chegou depois também curtiu muito faixas como “Coração Gelado”, de seu último lançamento. A energia estava tão louca que teve até fã subindo no palco!
Quem costuma acompanhar os shows, sabe que é prática comum de Djonga chamar casais no palco quando toca “Leal” para um momento fofo de declaração. Um dos casais sortudos da vez foi Ruan e Ana, e Ruan contou um pouco da experiência pro VDG: “(…) Parece história de fic de fã, mas ele me notou, me olhou e falou ‘você aí de boné, de rosa, não quer subir não?’. Depois desse convite, não teve como negar né!” Ao subir no palco, Ruan teve uma surpresa – BK estava ali de cantinho, vendo tudo! “Quando olhei pra trás e vi o BK, larguei o Djonga cantando Leal, mostrei minha tatuagem do Vasco, falei que sou Vasco pra caralho também, aí abracei ele, e depois voltei pro show e abracei o Djonga.”
Ruan complementou seu depoimento: “Estar no palco do show do Djonga, abraçado com ele e a minha namorada, e ainda ter visto o BK foi um turbilhão de sentimentos. Como fã, fiquei feliz pra caralho, porque o Djonga é a pessoa que eu mais escuto no meu fone, é a pessoa a quem eu dedico os trabalhos que eu faço sobre negritude, pertencimento, currículo afro-referenciado, porque eu pesquiso educação antirracista, então o Djonga é muita coisa pra mim, e estar ali no palco foi um momento mágico.” Viva o rap!
Como a curadoria Queremos não cansa de acertar, a DJ Kenya20hz foi a escolhida para fechar oficialmente a noite, como sempre entregando um set fenomenal.
Até a próxima edição!