Dia 06/09/2024 foi o dia escolhido para que Yago OPróprio lançasse seu mais recente trabalho no Rio de Janeiro.
“OPROPRIO” é o nome do primeiro álbum de estúdio de Yago OPróprio e conta com 10 faixas inéditas. O cantor, nascido na Zona Leste de São Paulo, Cohab II, mistura no Boompap o R&B, Afrobeat e Samba junto de seu produtor musical Patricio Sid.
O show de lançamento oficial do álbum ocorreu em julho deste ano em São Paulo com os ingressos esgotados na Audio.
Yago chegou ao Rio de Janeiro, mais especificamente à casa de shows mais emblemática da cidade maravilhosa, o Circo Voador, com ingressos esgotados.
Bilheteria do Circo Voador / Foto: Denner Muniz
Seu parceiro de caminhada e de música, Rô Rosa, foi o responsável pelo ato de abertura. O show de Rô foi tão animado e agradável de assistir quanto o de seu amigo. Nem deu para notar o tempo passar. O show, embora curto, foi bastante envolvente, o público ficou empolgado desde a primeira música. Destacaram-se as músicas “Coração Pisciano” e “Sotaquin do Rio”.
Para animar ainda mais o público, a DJ La Belle discotecava vários hits swingados enquanto a pista do Circo Voador atingia sua lotação máxima.
Pouco depois das 23h, o vídeo de introdução do show de Yago OPróprio começou. Nele, Yago apareceu atuando como um funcionário de uma empresa que passava mal, vomitando no banheiro da firma. O vídeo apresentou imagens extras do filme que junta as três faixas “La Noche”, “Inofensiva” e “Jejum”, disponível no YouTube. O filme foi dirigido por Larissa Zaidan, Ênio Cesar e Luis Carone (https://youtu.be/aj1AiyER4YA?si=LvrvnDXd8fRJpdGn) .
Super aclamados pelos fãs presentes, Yago OPróprio, Gabriel Sielawa (apoio vocal) e Mah Fernandes (DJ) entraram no palco com a música “Inofensiva”, cantada a plenos pulmões pelo público. Em seguida, ouvimos “La Noche”, mais um hit do novo álbum.
Chegou a vez de “Jejum”, uma música que critica a desigualdade e a opressão, promovendo a ideia de que a união e a organização são fundamentais para enfrentar e superar tais desafios. A galera foi à loucura com o hit.
Antes da próxima música, um texto foi exibido no telão, com a voz de Yago lendo a mensagem. Nele, Yago refletiu sobre si mesmo, como alguém que às vezes não consegue distinguir o que é real do sonho. “O que vou ser, se não sei o que sou?” se questionou.
A mensagem nos convida a refletir sobre a quantidade de pessoas que são gênios em seus mundos particulares, mas que talvez nunca alcancem sucesso, “Nunca verão a luz do sol nem encontrarão ouvido de gente”.
Ao final, Yago disse: “O mundo é uma máquina de moer gente. Bendito seja, o trabalhador que tem a coragem de fazer arte”. É uma mensagem forte e potente para as pessoas que são tolhidas de existir enquanto artistas por causa de um mundo injusto e desigual, enaltecendo aqueles que persistem em fazer arte.
Na sequência desse momento impactante, Yago surgiu no palco com um macacão branco para cantar o hit “Rajada” e esclareceu que quem estava no palco com ele não era Patricio Sid, seu produtor e colaborador do disco, mas sim Gabriel Sielawa, cantor que faz o apoio vocal para Yago.
A atmosfera íntima e calma foi estabelecida com “Fora do Tom”, seguido por “Nuvens Tóxicas”, “Catedrais” e “Melhor Que Ontem”.
Yago não deixou passar a oportunidade e chamou seu amigo Rô Rosa novamente ao palco para presentear os fãs cariocas com “Imprevisto” e “Helipa”. Em “Papoulas”, Yago mostrou seus vocais potentes.
Em direção ao bloco final do show, Yago apresentou ao público a DJ Maah Fernandes e seu parceiro de palco Gabriel Sielawa, que foram ovacionados pela plateia do Circo Voador. Gabriel e Yago também destacaram o trabalho dos funcionários e técnicos que contribuíram para o sucesso do show, assim como o público.
Em um momento inusitado do show, Yago disse: “Tô fazendo uma coleção de ‘bics’ e estou precisando de alguns. Vim de carro para o Rio de Janeiro para não correr o risco de deixar os ‘bic’ no aeroporto.” Em seguida, o cantor pediu que o público jogasse os “bics” (isqueiros) para o palco.
O que se viu então foi uma verdadeira chuva de isqueiros em direção ao palco do Circo Voador. Foram tantos que a produção teve que entrar com uma sacola para recolher todos. Foram recolhidos 103 isqueiros do palco do Circo Voador.
Ao meu lado estavam três adolescentes e os pais de um deles. Os jovens cantavam todas as músicas de Yago OPróprio, pulavam muito, se abraçavam e estavam extremamente felizes por estarem ali. Foi possível notar o quanto Yago representa para essa nova geração. Havia fãs de todas as idades, mas grande parte era composta por jovens, em torno dos 18 anos.
Encerrando o show, Yago OPróprio cantou “Amor Incendiário” e o smash hit do álbum “OPRÓPRIO”, “Linha Azul”.
Em suma, o show foi cativante, impecável, com Yago tão confortável quanto se estivesse em casa.
Não foi denso, foi envolvente, pop e também político. Yago OPróprio trouxe um frescor à nova geração do hip-hop/rap. Mesmo sem definir seu som de forma rígida, Yago exibiu muito carisma e ótimas referências musicais, o que se tornou um diferencial em seu estilo.
De forma poética, ele expôs nas suas músicas a realidade e as mazelas de quem vive na periferia de uma metrópole, sem deixar de lado os afetos que o cercam.
O álbum “OPRÓPRIO”, que já é sucesso nas plataformas digitais, continuará a ser aclamado e certamente contribuirá para o desenvolvimento do nome do artista no cenário musical.