Em Fortaleza, cerca de 75 mil pessoas marcaram presença no segundo dia de Festival Elos, no último domingo (24). A sexta edição do evento gratuito teve como atração principal a cantora Liniker, com a turnê “CAJU”. Além da artista paulista, o palco montado no aterro da Praia de Iracema recebeu artistas da capital cearense, que levantaram o público ao som de samba, pop e forró.
Com ingressos esgotados, a turnê do terceiro álbum solo de Liniker une música, dança e uma experiência visual que celebra o amor, a coragem, a cultura negra e LGBTQIA+. Diante da multidão, que teve a estimativa de público confirmada pela assessoria de imprensa do evento, a voz dos sucessos “Caju”, “Veludo Marrom” e “Febre” disse:
“Caju tem sido meu disco de alegria para mim mesma, o Caju é de vocês. Eu escrevi para os meus fãs, para o meu público, mas primeiramente eu escrevi Caju para mim. Eu queria muito poder me dar um presente à altura da minha trajetória, à altura da minha caminhada. Sem nenhuma arrogância, sem nenhuma prepotência, só me permitindo ser, só me permitindo existir, enquanto um corpo preto, um corpo trans”
destaca Liniker.
Desde a abertura dos portões do evento, às 16h, fãs da cantora já aguardavam ansiosamente o show da artista, que começou pontualmente às 21h.
Lambert, que é supervisor administrativo e um dos fãs de Liniker, comenta que conheceu a artista a partir do álbum Caju.
É a primeira vez que eu venho ao show dela. Eu consigo escutar o álbum todo e entender o que ela quis transmitir nesse álbum, não é à toa que eu me liguei tanto a essa arte. E depois eu também consegui ouvir os outros álbuns e entender toda a trajetória dela.”
define Lambert.
Já João Vitor, auxiliar de backoffice, conheceu o trabalho de Liniker logo após o lançamento do primeiro single, ‘Zero’.
“Eu acompanho ela em todas as eras, desde o Remonta. Ano passado, eu estive no show que ela fez na Praça Verde (em Fortaleza) e foi um show incrível, saí extasiado.”
comenta João Vitor.
Diversidade musical do Ceará no Festival Elos
O projeto “Samba e Água Fresca” compôs a programação do festival com samba, pagode e outras brasilidades. Além do idealizador do projeto, o sambista Dipas, também participaram da apresentação os artistas: Belinho, Gabi Nunes e Theresa Rachel. Em entrevista ao Vou de Grade, Dipas comemorou: “acho que o samba está vivendo um momento muito especial, e a gente estar aqui representando o pagode e o samba em um festival desse porte é muito importante pra gente”.
Gabi Nunes, que também é a anfitriã do projeto de samba ‘Gabi no Quintal’, defende que o samba cearense está em uma boa fase, que espera que permaneça. Ela aprofunda ainda que “o samba de Fortaleza não é uma moda recente, o samba de Fortaleza é muito bom há muito tempo. Pra mim, é uma responsabilidade tentar, dentro do meu cantinho, levar isso pra frente de alguma maneira o que eu aprendi com sambistas da velha guarda e o que aprendo com sambistas da nova geração”.
A cantora, compositora e instrumentista, Theresa Rachel, completa ainda que “a gente está nesse protagonismo feminino que é muito legal e vendo cada vez mais mulheres no nosso cenário do samba e no cenário da música cearense. É incrível a gente poder estar no Elos defendendo essa bandeira do samba e trazer composições e o lado autoral que Fortaleza também tem.”
A noite de domingo foi apimentada ainda pela apresentação do espetáculo ‘Bárbara!’, de Mulher Barbada. Em uma mistura de pop, MPB e rock, a drag queen cearense convidou ao palco os artistas Agê e Camaleoa.
O Festival Elos 2024 foi finalizado com forró das antigas, completando o panorama de diversidade cultural e artística do Ceará. Nas vozes de Bete Nascimento, Daniella Campelo, Iara Pâmella e Vanessa A Cantora, o público presente na praia celebrou sucessos como “Meu Vaqueiro, Meu Peão” e “Na Praia”.
