Pela primeira vez em trinta anos, os sete integrantes da formação original dos Titãs voltaram a tocar juntos no lugar onde tudo começou: São Paulo. Proporcionando ao público uma experiência verdadeiramente única e reunindo os verdadeiros clássicos da banda, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto levaram o público à loucura na primeira de três apresentações, no Allianz Parque.
Com um palco digno de atrações internacionais, marcado inicialmente para às 20h30, o show começou 20 minutos depois, devido ao tamanho o fluxo de pessoas que ainda adentravam o estádio no horário originalmente marcado para o início.
Ah, aquele momento. Aquele instante mágico em que as notas musicais pareciam dançar no ar, preenchendo cada canto daquela arena lotada de fãs ansiosos. O palco estava pronto, as luzes se acendiam e, finalmente, os acordes inconfundíveis ecoaram pelos alto-falantes. Era o tão esperado show de reencontro da banda Titãs após anos de separação.
Para mim, estar ali era mais do que apenas assistir a um show. Era uma experiência que transcenderia o tempo e me levaria de volta a momentos especiais de minha vida. Afinal, a música dos Titãs sempre esteve presente em minhas memórias mais vívidas e marcantes.
Enquanto a plateia vibrava e os primeiros acordes ecoavam, senti um arrepio percorrer meu corpo, uma emoção que misturava saudade e euforia. Era como se cada palavra cantada me transportasse para uma época em que tudo parecia mais intenso e cheio de possibilidades.
Com a voz soando quase como um sussurro após ter se curado de um tumor na laringe, Branco Mello foi o primeiro a falar com o público:
‘’É emocionante estar com meus velhos companheiros e amigos de uma vida. Estou feliz. Passei por um momento difícil, tirei um tumor da garganta. Estou curado e me divertindo e agora vou cantar para vocês’’, disse, logo antes de interpretar ‘’Tô Cansado’’. Blanco também cantou ‘’Cabeça de Dinossauro’’, ‘’Flores e Eu Não Sei Fazer Música’’, e foi aclamado por 44 mil pessoas ali presente.
As músicas se sucediam, e a energia no ar só aumentava. O público cantava em uníssono, como se cada verso fosse um hino pessoal, uma trilha sonora de suas vidas. Era como se estivéssemos todos conectados pela música, compartilhando memórias, sonhos e experiências que apenas aquelas canções eram capazes de despertar.
Mas não era apenas a nostalgia que permeava aquele reencontro. Havia também uma sensação de renovação, de recomeço. A banda, com seus integrantes originais, trazia uma energia renovada, uma maturidade que se refletia em suas performances apaixonadas e em suas letras ainda tão relevantes.
Ao som das luzes dos celulares, uma parte do show foi aberta com a emocionante música “Epitáfio”, seguida por “Os Cegos do Castelo” e “Pra Dizer Adeus”. Um momento verdadeiramente especial ocorreu quando Alice, filha de Marcelo Fromer, subiu ao palco para cantar “Toda Cor” e “Não Vou Me Adaptar”, representando seu pai. Antes de encerrar a seção acústica, uma bela homenagem foi prestada a Rita Lee com a performance da música “Ovelha Negra”, um clássico da banda Tutti Frutti.
Foi durante a execução de “Pra Dizer Adeus” que as lágrimas se misturaram ao sorriso em meu rosto. Aquela música, que tanto significou para mim em tempos passados, agora ganhava novas camadas de emoção. Era como se a própria banda estivesse se despedindo do passado, fechando um ciclo.
E assim, o espetáculo seguiu, caminhando por um repertório recheado de clássicos e surpresas, entrelaçando passado e presente de forma brilhante. Cada acorde, cada batida, cada verso era um presente para todos nós, uma celebração da música e da vida.
A todo momento, os integrantes sorriam a interagiam entre si, como se nunca tivesse se separado. Com cinco telões no palco e com uma ótima direção de câmera, os Titãs proporcionaram um grande espetáculo para os fãs que puderam acompanhar de qualquer canto do estádio.
Ao final do show, aplausos ensurdecedores ecoaram pelo recinto. Eu estava de pé, com lágrimas nos olhos, emocionada pela oportunidade de testemunhar aquele momento único. O reencontro dos Titãs havia sido muito mais do que um simples show; foi uma conexão profunda com minha própria história.
Ao sair daquela arena, com a música ainda pulsando em minha alma, sentia-me revigorado, inspirada. Aquela noite foi um capítulo marcante em minha vida, uma experiência indescritível que guardarei para sempre em meu coração.