O Rock in Rio 2024 marcou os 40 anos do festival, consolidando ainda mais sua relevância global. O evento contou com um line up diverso, incluindo grandes nomes do rock, pop, rap e música eletrônica.
Além dos shows, o festival manteve suas tradicionais áreas temáticas e atrações interativas, como tirolesa e roda-gigante, proporcionando uma experiência imersiva para os fãs.
A edição foi especialmente comemorativa, celebrando a trajetória do evento desde sua primeira edição em 1985 e seu impacto cultural não somente no Brasil mas no mundo.
Para comemorar um mês que o festival aconteceu, convidamos sete fãs para compartilhar suas experiências nesta edição, cada um representando um dia do festival.
Dia 13/09
Eduardo tem 23 anos, e é carioca. Estudante de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da UERJ, atualmente atua como produtor de eventos e é responsável pela comunicação do LivMundi, uma organização não governamental.
Eduardo ama música e é extremamente conectado com o rap e a música no geral. Tem como artistas favoritos Lana Del Rey e Travis Scott, esse último que teve oportunidade de rever esse ano na vinda do artista ao país!
Como você descreveria a diferença entre o show do Travis Scott no Rock in Rio e no Primavera Sound?
No Primavera Sound, foi mais especial. Era minha primeira vez vendo o Travis, em São Paulo, uma cidade que, na minha opinião, combina com ele. Além disso, o Primavera Sound criou uma atmosfera perfeita para um show do Travis Scott. Quando ele entrou no palco, foi surreal. O show fez uma transição por todas as eras da carreira dele até a atual, e era um pré-lançamento do álbum. Tenho um apego emocional por esse dia; foi incrível e insano. Ele é único.
No Rock in Rio, o show foi mais voltado para o álbum mais recente, UTOPIA, e o momento atual da carreira dele. Foi a primeira vez que ele se apresentou no Rio, que é minha cidade, e a entrega foi a mesma: qualidade absurda, levantando a galera. Para mim, a experiência foi mais física, no sentido de que eu realmente me joguei na imersão de uma plateia do Travis Scott. Em 2022, tive um pouco de receio. Ele é como um entusiasta da plateia, onde as rodinhas se abrem, todo mundo pula e canta os versos – é uma situação insana e única. Fiquei sem ar várias vezes no Rock in Rio, achei que ia desmaiar.
Entrei nas rodinhas; a euforia era gigantesca. Ninguém fica parado, é uma plateia que se move o tempo todo conforme o show. Sabemos exatamente as músicas nas quais precisamos abrir espaço, e tudo acontece naturalmente… é um show que não acontece só no palco. Me entreguei 100% à plateia, me juntei ao público. Sai completamente molhado de suor.
No Primavera Sound, apesar de também ter tido uma plateia insana, me prendi mais a prestar atenção no show – pulei, cantei, mas não interagi tanto com o público em si. Não entrei nas rodinhas, nem abracei desconhecidos. Isso só aconteceu no Rock in Rio! Também tem a diferença de que o Rock in Rio aconteceu numa época em que ele está mais famoso, ganhando um público mais recente devido ao lançamento do novo álbum, que inclui o hit ‘FE!N’ (que ele cantou 5 vezes seguidas no Rock in Rio). Então, muitas pessoas estavam lá pelo hype também. No Primavera, acho que o público estava mais lá por realmente conhecer o Travis.
Resumindo, o Primavera foi mais coração, e no Rock in Rio, por já ter visto ele antes e me sentir mais familiarizado, decidi me entregar de corpo e diversão, sem aquela preocupação emocional da primeira vez. Da parte dele, a mesma entrega de qualidade de sempre, tentando levantar a galera, com um show super profissional.
A estrutura do palco no Rock in Rio foi parecida com a que o Travis Scott costuma usar em suas turnês. O que você achou da produção e dos efeitos visuais no festival?
Ele fez questão de levar toda a estrutura da turnê para o festival, afinal, está no meio de uma turnê feita para estádios e arenas, o que acaba sendo um desafio. Isso não funcionou 100% bem, pois misturou a estrutura do festival com uma estrutura elaborada para a turnê.
O show atrasou 40 minutos porque a produção estava com dificuldade para ajustar o telão. Na turnê, o palco é basicamente uma passarela, sem boca de cena, apenas com um telão enorme.
No Rock in Rio, ele decidiu fechar a boca de cena com parte do telão, o que gerou problemas técnicos, já que o telão estava apresentando falhas antes do show começar. Mas, na hora do show, eu sinceramente nem percebi, porque a euforia é enorme quando ele está no palco.
Outro detalhe interessante foram as torres de telão de LED. Nunca tinha visto isso na Cidade do Rock; faz parte da turnê dele. Talvez o público não tenha percebido, mas isso é algo exclusivo dele, já que o Rock in Rio, apesar de ser imenso, não tem tantos telões para quem está mais atrás. Na turnê de estádios, ele pensou nessas torres super iluminadas que funcionam como telões e fazem parte da estética utópica do show. Ele trouxe quase toda a estrutura completa!
A energia do público mudou entre os festivais e o show solo em São Paulo? Como foi sentir essas vibrações em diferentes contextos?
A energia muda, apesar de a atmosfera que ele cria ser similar. Vai depender do local do show, do dia, do clima, de quem está presente… Sinto que São Paulo é uma cidade que canta mais, sabe mais as letras. Sinceramente, acho que nunca vou sentir algo parecido com a energia emocional do Primavera Sound. Quando a cortina abriu e ele apareceu no alto da plataforma, começando a cantar ‘Hold That Heat’, com o fogo no palco e todo mundo pulando e cantando… foi mágico. Parecia que todos estavam hipnotizados.
Nos shows solo, tem aquela coisa de que toda a atenção está nele, já que é o único artista ali. Então, você escuta o eco do estádio em coro, o que é bem legal.
No Rock in Rio, acho que a energia se dispersa um pouco, porque tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e o espaço é muito grande. Como eu estava perto do palco (não só no Rock in Rio, mas nos três shows), não percebi uma energia baixa, mas observando alguns vídeos do Rock in Rio de quem estava mais atrás, parece que o público recebeu o show de forma mais morna.
Acho que isso tem acontecido com todos os artistas no Rock in Rio, por ser um espaço enorme. O show do headliner é muito tarde, e as pessoas vão ficando cansadas. A distância do palco acaba esfriando um pouco a energia!
Dia 14/09
Polo, de 19 anos, é estudante de Engenharia Civil. Durante a semana, dedica-se totalmente à faculdade, e aos fins de semana gosta de sair com os amigos para curtir e festejar. Grande fã de Selena Gomez e Zara Larsson, admira a maneira como Gomez se posiciona sobre questões de saúde mental, auto aceitação e autoestima, assim como Larsson em relação ao empoderamento. Essa combinação é o que inspira Polo.
Como foi a sensação de ver a Zara Larsson ao vivo no palco mundo do Rock in Rio? Você já a acompanhava há muito tempo?
A sensação foi extremamente mágica e empolgante. Acompanho a Zara desde 2016, e ver aquele show que eu costumava assistir pelo YouTube ou Twitter finalmente se realizando foi incrível. As danças perfeitas e os vocais maravilhosos serem tão impressionantes ao vivo, sem dúvidas, não tem preço.
Como fã, como você percebeu a conexão dela com o público, especialmente com tantas pessoas conhecendo “Symphony” por causa do TikTok?
Confesso que, como fã, fiquei MUITO surpreso com a recepção do público para ela. Ver que a maioria conhecia mais músicas além de ‘Symphony’ foi extremamente reconfortante. Além disso, a conexão que ela criou com o público foi incrível. Lembro perfeitamente das pessoas ao meu redor elogiando muito o show e demonstrando interesse em conhecer melhor o seu trabalho. Sem dúvidas, esse show foi um grande acerto na carreira dela.
Você acha que a Zara Larsson trouxe algo de especial para o Rock in Rio, em comparação com outros shows que você já assistiu?
Acredito que Zara Larsson trouxe o verdadeiro show de uma diva pop para o palco do Rock in Rio, entregando vocais, danças e muito carisma. Acho que o Rock in Rio precisava de um show assim, com uma artista que realmente sabe oferecer tudo isso e mais um pouco.
Dia 15/09
Eduardo Ferreira, 20 anos, é estudante de jornalismo e redator do TMDQA!. Grande ouvinte da música por um todo, e fã do Avenged Sevenfold, começou a ter mais atenção com o trabalho da banda graças a sua amiga Luiza. Esse contato com shows e festivais é parte crucial da paixão de Eduardo pela comunicação e pela música.
Como foi a experiência de viajar de Belo Horizonte para o Rock in Rio só para ver o Avenged Sevenfold? A viagem aumentou ainda mais sua expectativa para o show?
Poder ter o privilégio de ir a um festival como o Rock In Rio em nosso país é extremamente fora do comum. A viagem teve uma atmosfera inexplicável a todo momento, e quando chegou a hora de ver a banda, nada que eu diga vai conseguir dimensionar o show. Muito feliz com a experiência!
Como você descreveria a energia da banda no palco e a conexão deles com o público?
Acho que o momento foi tão especial para o grupo, quanto foi para o público. M. Shadows estava aproveitando o palco a todo momento, e o restante da banda fez uma performance equivalente a entrega da galera que estava ali na expectativa para aquele último show da noite. Gates tocava e olhava maravilhado pro mar de gente, e definitivamente o show solo que eles prometeram no próximo ano será tão incrível quanto a experiência no festival.
Depois de toda essa experiência, o que você diria para outros fãs que ainda não tiveram a chance de ver a banda ao vivo?
Acho que a música move montanhas, e não consigo pensar em seguirmos nossas vidas sem ela presente para ser um alívio ou forma de expressão. É sempre um privilégio ver nossos artistas favoritos no palco, e para as pessoas que ainda não tiveram essa chance, não poupe esforços. Animado para o próximo encontro!
Dia 19/09
Daphine, de 26 anos, é estudante de Análise de Sistemas, mora na região metropolitana de Belo Horizonte e é uma grande entusiasta de música e artes visuais. Ama assistir aos shows de seus artistas favoritos da grade, sempre que possível, e encontrou nas composições do Jão a trilha sonora que sempre buscou para sua vida.
Como foi a sensação de estar no palco com o Jão em um dos maiores festivais do mundo?
Foi uma sensação de outro mundo, algo inexplicável. Desde o momento em que pisei no palco até a hora em que descemos, senti um frio na barriga que nunca tinha sentido antes, e ainda parece que foi tudo um sonho, como se a ficha não tivesse caído de tudo o que aconteceu.
O show foi uma grande surpresa para a gente; não sabíamos nada de como seria e nem o que íamos fazer lá, descobrimos tudo na hora. De cima da arquibancada, conseguimos vê-lo se preparando antes de subir no palco, e isso foi muito mágico. Assistir ao show lá de cima foi surreal, poder ver a forma como ele se conecta com o público, milhares de pessoas que preenchiam o espaço até onde a vista alcançava, todas pulando e cantando. Foi muito bonito.
Uma curiosidade é que muita gente online comentou que as pessoas que estavam lá em cima não sabiam as músicas, que não eram fãs ou que não estavam empolgadas, mas a verdade é que a gente não ouvia o Jão; o palco não tem retorno de som, então a gente cantava de acordo com a bateria ou o público, que era o que conseguíamos ouvir, por isso todo mundo parecia meio perdido lá em cima.
Sobre a empolgação, acho que posso dizer que todos estavam extremamente felizes e emocionados, mas a arquibancada era de madeira e, além de não nos passar muita segurança, foi pedido várias vezes que não pulássemos.
Você já era fã do Jão há muito tempo? Como foi receber esse convite para subir no palco?
Eu conheci o Jão em 2021, pouco antes do lançamento do álbum Pirata. Um amigo me fez ouvir Lobos e foi amor à primeira ouvida; nunca mais parei de ouvir desde então. Receber esse convite foi uma grande surpresa.
Tudo começou quando preenchi um formulário para participar de um projeto secreto no Rio. Não havia muitas informações, mas eu simplesmente topei, e poucos dias antes do festival, eles nos contaram que iríamos assistir ao show de cima do palco. Foi tudo muito bem organizado: a equipe do Jão foi responsável pela nossa caracterização; desde cabelo, maquiagem e até mesmo o figurino, tudo foi escolhido por eles.
O show era a representação de um programa de TV antigo, e por isso, nós, a plateia, estávamos vestidos com roupas que remetiam às décadas de 60/70.
Você acha que esse momento no palco mudou algo na sua relação com a música do Jão?
Só aumentou a minha admiração por ele. Ver o Jão brilhando no palco é sempre lindo, independentemente do setor. É incrível poder ver a forma que ele ama o que faz, como ele entrega tudo de si até nos mínimos detalhes.
E além de um performer incrível, ele tem uma conexão e um carinho incomparável com seus fãs, o que sempre traz uma atmosfera deliciosa para os shows dele, que pra nós, fãs, é quase como um segundo lar.
Dia 20/09
Toleda, 27 anos, é criador de conteúdo de cultura pop e DJ na cena carioca. Grande fã de Katy Perry desde 2009, já fez loucuras para estar frente a frente com a cantora.
Como foi receber o convite para conhecer a Katy Perry nos bastidores? Você imaginava que isso poderia acontecer?
Então, foi uma sensação de êxtase. Na hora, eu não processei muito, eu só disse “ok”, literalmente, e as coisas foram acontecendo. Eu não processei muito a informação, acho que pelo cansaço de ter passado o dia todo na grade… Eu fiquei muito animado, muito feliz, muito ansioso. Imagina, você passa o dia inteiro na grade, passa por todo aquele perrengue que a gente sabe que grade, querendo ou não, é um perrengue, e, no final daquilo tudo, no final do show, exatamente, você recebe essa proposta de conhecer a artista que você é fã há 15 anos.
Foi uma sensação bizarra na hora ali. E eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Inclusive, eu já tinha tentado encontrá-la durante a semana (porque ela chegou uma semana antes do show), e todas essas vezes praticamente foram frustradas.
Na madrugada do show, eu estava lá na porta do hotel e acabei pegando um pedaço de pizza que ela deu para os fãs, e isso já saciou a minha vontade de ter um contato com ela. Mas, poder conversar, ter essa troca mais intensa, poder olhar nos olhos dela, ter essa reciprocidade, foi surreal, uma coisa que estava fora de cogitação.
Como foi a preparação para o encontro? O que você estava sentindo nos momentos antes de conhecê-la?
Quando eu cheguei no lounge onde ia ser o meet, eu estava sozinho. Então, fiquei esperando um tempinho, mais ou menos 1 hora, para ela se arrumar, e, nisso, chegaram uns famosos (Gretchen, Hugo Gloss, Dani Calabresa, Erick Mafra…). Eu estava em um momento de muita ansiedade. Inclusive, foi o Erick, por já me conhecer e por ser fã da Katy também, que acabou me acalmando. A gente bateu um papo e ele acabou me tranquilizando mais. Quando ela chegou no ambiente para atender a galera, eles separaram os fãs da galera famosa, a galera do Rock in Rio. Eu não conseguia olhar para ela, ficava muito receoso de olhar e travar. Eu estava muito, muito, muito ansioso. Uma pressão muito forte no peito, tipo: caraca, meu Deus, é agora! E, ao mesmo tempo, a sensação de alívio por saber que finalmente eu ia realizar esse sonho.
Como você descreve a Katy Perry como pessoa, após ter essa experiência de vê-la fora dos palcos?
Eu finalmente consegui ver a humanidade que ela tinha com os fãs fora do Brasil, sabe? Uma coisa que me marcou muito é que ela olha muito fixamente dentro do seu olho. Nada destoa a atenção dela.
Inclusive, teve um momento em que alguém falou alguma coisa com ela, e ela fez um sinal com a mão pedindo para a pessoa esperar e continuou prestando atenção no que eu estava falando e rindo. Parece que ela sente o carinho que você tem por ela, e isso é muito incrível. Foi um ponto que eu falei para ela: que os olhos dela eram muito lindos. Ela é muito gentil, te deixa confortável; eu fazia carinho na mão dela e ela fazia também. Ela é muito recíproca, parece que ela sente que aquele sentimento é genuíno e faz questão de retribuir. Mas o que mais me marcou, e toda vez que as pessoas perguntam sobre isso eu falo, é a questão do olhar no fundo do olho.
Hoje em dia, tem pessoas que não conseguem, no dia a dia, encarar outra pessoa nos olhos. Agora, imagina uma super estrela, do tamanho dela, conseguir encarar um fã nos olhos sem que nada desvie a sua atenção. Isso foi algo marcante demais.
Dia 21/09
Bernardo, de 27 anos, é estudante de Engenharia de Produção. Durante a semana, se dedica à faculdade e ao estágio, mas, nos finais de semana, se transforma em “Mal Mal”, tocando reco-reco no grupo Sem Querer Querendo. Grande fã do Matuê, admira a maneira como ele se comporta como artista e a forma como separa a figura do artista “Matuê” da pessoa Matheus. Essa distinção o inspira a equilibrar a vida acadêmica e profissional com sua paixão pela música.
Recentemente, teve a oportunidade de ir ao Rock in Rio nos dias 13 e 20, onde pôde ver de perto a evolução do Matuê como artista. Essa experiência o motivou ainda mais a seguir seu próprio caminho na música, sempre lembrando que, assim como ele, pode manter sua autenticidade enquanto busca realizar seus sonhos.
Como foi assistir ao Matuê tanto no dia do Travis Scott quanto no “Dia do Brasil”? Você sentiu uma diferença na vibe dos dois shows?
Assistir ao Matuê no dia 13 e no “Dia do Brasil” foi uma experiência incrível, porém, com vibes bastante distintas. O show do dia 13 foi absolutamente inédito, especialmente por ser o primeiro show no Palco Mundo nesta edição do Rock in Rio e o lançamento do seu novo álbum. A expectativa era alta, pois muitos de nós não sabíamos o que esperar, já que o novo trabalho tem uma sonoridade diferente do que estamos acostumados com Matuê em relação ao álbum Máquina do Tempo. No entanto, isso não diminuiu a qualidade da apresentação; muito pelo contrário!
Apesar de ter lançado o álbum apenas na segunda-feira e se apresentar na sexta, o público recebeu o artista de braços abertos e cantou junto as músicas novas. As participações especiais do Brandão do 085, e a revelação de que ele é o novo contratado da 30praUm, além da performance de “Vampiro” com a participação do Teto e do Wiu, tornaram o show ainda mais memorável. Foi, sem dúvida, uma tarde inesquecível.
Já o “Dia do Brasil” trouxe uma dinâmica completamente diferente. Com mais de uma hora de atraso para começar, o público ficou impaciente. O DJ, por sua vez, cometeu erros no tempo do beat, o que deixou os artistas visivelmente irritados. Apesar disso, todos tentaram manter a calma e dar o seu melhor, cientes da magnitude do festival. Porém, sem dúvida alguma, o show do Matuê na sexta-feira, dia 13, foi o melhor de todos.
Como músico, você achou interessante ver o Matuê levando um estilo tão diferente como o trap ao palco de um festival tão grande? O que você acha que ele traz de especial como artista?
Como músico, achei fascinante ver o Matuê levando um estilo tão inovador como o trap a um festival de tamanha magnitude. Ele alcançou um ponto como artista em que o álbum “333” representa um verdadeiro reflexo do que ele realmente gosta de ouvir, sem se preocupar em agradar críticos ou gravadoras. Essa decisão é ainda mais impressionante considerando que o álbum foi lançado sob sua própria gravadora independente, após uma estratégia inteligente para se desvincular da Sony.
Ao lançar um álbum cujas iniciais formam a palavra “SONY” sem qualquer divulgação e pedindo ao público para não promovê-lo, Matuê apresentou três faixas que, segundo ele, não tinham o “selo de qualidade Matuê”. Essa ousadia revela a confiança e a autenticidade que ele traz como artista. A sonoridade do álbum 333 merece ser estudada; ouvi-lo apenas uma vez não é suficiente para captar a profundidade da mensagem. Confesso que já ouvi o álbum completo mais de cinco vezes, e a cada nova audição descubro algo que não havia percebido antes.
“333” entrega o trap que estamos acostumados a ouvir do Matuê, mas também transmite uma variedade de sentimentos, como a angústia em “V de Vilão” e a paz em “O Som”. Na minha opinião, é o álbum mais completo de um artista de trap na cena atual. Os números falam por si: conquistou o topo da lista global no Spotify, estabelecendo recordes com 17 milhões de streams nas primeiras 24 horas e colocando todas as 12 músicas do álbum no top 50 da plataforma. Isso tudo prova a força e a relevância de Matuê na indústria musical.
Você sentiu que o setlist do Matuê no “Dia do Brasil” foi mais voltado para o público brasileiro? Alguma música marcou mais?
No “Dia do Brasil”, o setlist do Matuê pareceu mais voltado para atender ao público brasileiro, priorizando as músicas que tiveram maior aceitação do público geral, como “Kenny G” e “Quer Voar”. Ele não incluiu nenhuma faixa do álbum novo, o que indica que ele percebeu que o público presente não estava ali apenas para vê-lo. Como resultado, ele optou por uma apresentação mais “normal”, algo que não estamos acostumados a ver dele.
Essa abordagem, embora compreensível, não combinou muito com a essência do Matuê, que é conhecido por trazer uma experiência única e inovadora aos seus shows. Para muitos fãs, essa escolha deixou um gosto agridoce, pois o que realmente esperávamos era a autenticidade e a ousadia que ele costuma oferecer. Sem dúvida, a experiência foi diferente da noite anterior, onde ele se apresentou de maneira mais autêntica e pessoal.
Dia 22/09
Carlos Eduardo, 44 anos, economista e coordenador de marketing.
Amante da música desde sempre. Fã de Madonna há 31 anos e em quem encontrou referência, apoio e acolhimento na fase mais conturbada de sua vida.
Como foi a sensação de finalmente ver a Mariah Carey ao vivo depois de tantos anos de espera?
Essa foi a minha primeira vez assistindo Mariah ao vivo. Tinha muita curiosidade, pois sempre achei que ela era uma excelente artista. Mas eu queria ver ao vivo. E a sensação foi maravilhosa. Muito legal estar rodeado de inúmeros fãs e sentir toda aquela energia com ela no palco.
Quando foi anunciado que sua apresentação seria no palco Sunset ao invés do palco mundo muitos fãs ficaram insatisfeitos com a notícia. Você acha que isso interferiu em algo na performance? Qual sua opinião sobre isso?
Não acho que a apresentação dela no Palco Sunset tenha interferido em sua apresentação. Mas, de fato, Mimi merecia o palco mundo!!!
Com tantos anos de carreira, como você acha que a Mariah conseguiu manter seu legado e ainda emocionar tanto ao vivo?
Como eu disse antes, ela é uma excelente artista. Voz impecável que ela mantém até hoje. Isso associado aos hits que embalaram a vida de tanta gente e emocionaram muitos fãs é uma receita de sucesso.