O aguardado Oxigênio Festival está prestes a tomar os palcos e agitar os corações dos fãs da música independente. Marcado para os dias 26 e 27 de agosto, o evento promete dois dias de pura energia e boa música. E para deixar tudo ainda mais emocionante, o festival mudou de local e estará agora próximo ao metrô da Barra Funda, na Rua Achilles Orlando Curtolo, 617, em São Paulo, oferecendo uma nova experiência aos participantes.
A terceira edição do Oxigênio Festival traz um lineup diversificado, apresentando 24 atrações de destaque dos gêneros punk, hardcore e rock alternativo, tanto nacionais quanto internacionais. Os palcos foram estrategicamente posicionados com vista para a pista de decolagem e aterrizagem do local, proporcionando um cenário único e especial para os espectadores.
A realização do festival é fruto da colaboração entre dois nomes de referência na promoção de eventos musicais independentes: Gig Music e Hangar 110. Os ingressos continuam disponíveis para venda no site oficial do evento, www.oxigeniofestival.com.br.
Entrevista com Rafael Pelegrino, Produtor do Oxigênio Festival:
P: Qual foi o processo de curadoria para o lineup dessa edição? Temos tantas bandas incríveis, tanto nacionais quanto internacionais, acompanhamos a repercussão nas últimas semanas e a diversidade nos nomes furou diversas bolhas.
R: Bom, a curadoria eu sempre falo que ela envolve vários aspectos, primeiro assim, a gente vê as bandas que a gente acha bacana pro lineup, a gente consegue numerar algumas, né? Sempre trazendo alguma coisa que a gente acha que traga público, mas a gente também envolve algumas outras coisas, as vezes o cachê/custo da banda não encaixa no projeto, as vezes tem a parte de relacionamento com o artista, muitas vezes é mais fácil a gente trabalhar com quem a gente já tem uma relação bacana, também envolve a questão de oportunidade, as vezes tem um artista passando pelo Brasil, as vezes tem um cara, um artista querendo fazer um show de volta, igual foi o Rancore esse ano, então assim, tem vários aspectos que envolvem isso, se você juntar tudo isso, você forma esse lineup.
P: Rancore é uma das bandas mais esperadas e vai se apresentar com sua formação original completa e com álbum de lançado em 2011. Como foi o convite e quais eram as expectativas de vocês em relação ao ‘’sim’’?
R: É na verdade assim, o Rancore a gente já tem uma relação a muito tempo, né, nós somos amigos inclusive, pessoais, temos uma relação muito boa, aconteceu que eles tinham um show, o Teco tinha um show marcado lá, no dia 20/08 e era um show que ele ia tocar Rancore, e ai alguma coisa disse a ele que ele deveria fazer o show, a gente sempre quis chamar ele pro Oxigênio, esse ano quando a gente tava pensando em fazer o lineup a gente falou com ele e ele disse: “Ah não, a banda ta parada”, mais ai como rolou esse lance do show (do dia 20/08), ele me ligou, disse que a banda ia estar aqui e tal, ele nem sabia ainda pois não tínhamos noção ainda da data do festival e acabou que o festival ficou próximo desse show que ele tinha para fazer, ai foi muito legal, ele me ligou e falou: “Olha to afim de fazer o Rancore no Oxigênio, vamo aí?” e ai eu falei: “Vambora, vamos fazer?” e aí nós acabamos marcando e foi muito fácil pois nós somos amigos e foi muito fácil resolver essa parte dos custos e tal, é uma banda que a gente já trabalha a muito tempo e vai ser muito legal pois é a primeira vez que eles vão tocar no festival Oxigênio, vai ser histórico!
P: E pensando, assim, nesse grande aumento de público referente ao festival. Qual que é o planejamento do festival de hoje? Tá trazendo um grande público e também tentando inovar não só em questão da line-up, mas também em questão de espaço, segurança. Como que tá sendo esse planejamento pra receber as pessoas na edição desse ano?
R: O Oxigênio assim, eu não acho que ele cresceu tanto, mais ou menos é o mesmo publico, a gente sempre tem essa galera que acompanha o festival, esse ano ele ta um pouco mais legal por ter umas bandas gringas, mas eu acho que o principal desse ano é da gente poder as inovações é o espaço novo que a gente alterou é você trazer toda a caraterística do festival e depois tentar trazer a parte das ativações dos patrocinadores, as atividades do próprio festival, como que a gente consegue trazer mais opções de alimentação, então tudo isso foi feito esse ano, segurança a gente já não mudou muito pois é um festival seguro pra família, com criança, é um festival tranquilo, mas agora todo ano a gente tem sorteios diferentes, brindes diferentes, é como eu sempre falo, festival ele é diferente de você ver só um show, todas as atividades, tudo que envolve o festival, trás o cara pra dentro e ele fica viciado mesmo no festival pois ele é muito legal, é um festival que eu frequentaria se não fosse um dos administradores do festival. De inovação a gente conseguiu trazer algumas coisas bem diferentes, quem for, vai reparar essas diferenças.
P: Vocês pensam em ter dois palcos nessa edição?
R: Sim sim, desde o inicio a intenção é ter dois palcos, vão ser dois palcos.
P: Certo. E, assim, hoje você sente que o festival ele chega a ser muito nichado? Quando você fala que sempre vão as mesmas pessoas, mas isso você vê como uma característica de você saber qual é o público que você tá atingindo hoje? Ou de que talvez tenha mais desafios pra expandir e trazer novas pessoas?
R: Não, as duas coisas, eu acho assim, é um desafio, é um festival nichado, a gente sabe disso, temos diversas dificuldades, desde a relação de patrocínio e marcas, até a questão de custos, preço do ingresso, custo total do festival, isso é um problema, mas ao mesmo tempo é um desafio, a gente quer realmente que venha gente de fora, gente que parou de ir em shows por isso a gente traz sempre alguns “revivals”, algumas coisas antigas, então é meio que um desafio diário, a gente não tem pra onde fugir, o nosso público é esse, a gente conhece ele, a gente sabe que o desafio maior é expandir mesmo.
P: E como você sente que hoje o festival, assim, qual é a pretensão do festival hoje em deixar basicamente um legado pra comunidade local e indústria de eventos no geral? Você sente que, tipo, qual seria mais a marca registrada do festival perante a diferenciação dos outros, sabe?
R: Olha, cara, eu não sei. Eu não costumo comparar muito, não. A gente sabe que cada um tem o seu tipo de festival, cada festival tem a sua atmosfera. O que eu posso dizer é que, assim, da música independente, a gente aposta bastante, sabe, cara? É um festival que dá bastante apoio pra essa galera. Não é um festival que cobra caro na comida e bebida lá dentro. O que mais? Pô, hoje em dia você vai em qualquer festival e é 20 reais a cerveja. Eu acho caro. E a gente procura tentar manter algumas coisas que é do meio underground também, sabe? As bandas estarem lá no meio da galera, a banda terminar de tocar, de repente você vai ver ela tá assistindo outro show, sabe? Isso tudo faz parte da nossa cultura, né? Não é aquele negócio assim, a banda é intocável, que ninguém chega perto, sabe? Isso acontece muito em outros festivais. Mas também não sei se isso é um fator preponderante pra o pessoal gostar mais ou menos do festival. Acho que tem pra todo mundo, cara. A gente gosta do que a gente faz. Isso é uma coisa que marca muito, né, cara? Quando a gente gosta do que a gente faz, do tipo de música que a gente tá colocando lá pra tocar, fica muito mais verdadeiro, muito mais fácil de mostrar o quão verdadeiro é pra gente também, entendeu? Então eu acho que é isso. Acho que o festival traz um pouco disso, dessa cultura, dessa essência, dessa coisa do underground, de você gostar mesmo de estar lá, sangue, sabe? Seu coração tá lá. Então tem que ter um pouco disso, assim.
P: Mas é em questão de ser um festival pra quem vai pela música do que pela questão da experiência em si do festival, você diz?
R: Não, não, eu acho que não. Eu acho que é tudo, né, cara? Porque, assim, desde um show… A gente sempre fala, né? Você vai num show num, sei lá, num estádio gigante aí, de alguma banda gigante. Você vai lá, você toma uma breja, vê o show e vai embora, né? O show de hardcore não, cara. O show de hardcore envolve outras coisas. Envolve muito a cultura, né, que traz o hardcore, o punk rock. Você correr e fazer o que você gosta, pelo que você ama, sabe? De você não ter… Não é aquele negócio do milionário, que você tem dinheiro pra caramba e você faz pelo dinheiro. Não, cara. Aquilo ali, quem tá ali é porque gosta muito de estar ali, sabe? Então eu acho que é um pouco disso. O festival, ele não é só um show, né? Além dele ter a parte de festival, de ter as atividades e tal, ele traz essa coisa aí que o punk, o hardcore, acaba vindo junto. A música underground, no geral, é um pouco assim, né, cara? Tudo muito difícil, muito complicado, ainda mais nesse país, né? Com pouca ajuda do governo, né? Então, assim, eu acho que dá pra você encontrar um pouquinho disso no festival, né, cara? A cultura underground, a cultura do hardcore, do punk.
O Oxigênio Festival 2023 promete ser mais do que apenas um evento musical. Ele é um mergulho na cultura do punk, do hardcore e do rock alternativo, uma oportunidade de vivenciar o espírito underground e a paixão pela música independente. Com um lineup eclético, novidades inovadoras e um ambiente único, este festival promete deixar sua marca na cena cultural e cativar os corações dos amantes da música por mais um ano.