Em uma quarta-feira ensolarada na Barra da Tijuca, cheguei para o evento teste da edição comemorativa de 40 anos do Rock in Rio.
Logo ao sermos credenciados e com acesso liberado, reparei que as mudanças deram mais espaço à Cidade do Rock atual. O Espaço Favela agora fica de frente ao New Dance Order, o que me trouxe um certo “medo” de que isso daria certo. Bom, só me restava esperar os shows iniciarem, com Xande de Pilares no Espaço Favela e Cat Dealers no New Dance Order, para ter a certeza se o esquema do som e os dois palcos um à frente do outro funcionariam.
Mas enquanto isso, vamos dar uma volta pela Cidade do Rock?
A primeira coisa que reparei foram os pontos de hidratação, com uma estética e arquitetura bem bonitas, letreiros em branco e luzes de LED em azul. Fiquei encantado com o tamanho e a quantidade de bicas: são 176 espalhadas por toda a Cidade do Rock. E a pressão da água? Você enche a sua garrafinha em menos de 2 segundos! Ótima ideia para evitar filas, mas já não sei se funciona tanto com o desperdício de água. Vamos aguardar o início do evento.
Ainda esperando os shows iniciarem, me deparei com uma fila louca atrás de uma febre: o brinde do TikTok. E o que seria? Sim, um chapéu estilo cowboy, na cor verde e com o símbolo da marca. Com certeza tem tudo para ser uma febre na edição de 2024, por conta da forte onda de calor que está no Rio de Janeiro, visto que muitos ficarão horas expostos ao sol.
Pronto, está quase na hora do show do Xande de Pilares no Espaço Favela, e decido ir correndo na Rota 85. Me surpreendi com os stands por lá, com ações de filmes como Wicked e Coringa lado a lado, e filas para o público tirar foto na ativação. Essa parte foi irada. Também reparei em um stand da marca Incrível, com várias tomadas para o povo recarregar seus smartphones. O mais interessante é que é uma escada, e as pessoas podem ir sentando no degrau anterior e colocar a sua tomada um degrau acima, fazendo assim caber mais pessoas.
Do nada, ouço um tremendo barulho: começou o show do Xande de Pilares. E que show, ein? Um dos maiores ícones do samba e pagode brasileiro esquentou, mais ainda, a Cidade do Rock com hits de sua carreira no Revelação, carreira solo e também de outros ícones da música. Reparei instantaneamente que o som do Espaço Favela estava muito bom e parecia mais alto que em 2022, talvez pelo novo local.
Percebi que muitos prestadores de serviço estavam felizes com o “início” do festival e cantavam as músicas como um certo alívio de que tudo deu certo.
Bom, daí comecei a perceber que estávamos quase no fim de tarde e comecei a dar atenção aos brinquedos próximos ao palco New Dance Order, como o Mega Download, que é o antigo megadrop e está sendo patrocinado pela TIM.
Também reparei na montanha-russa, mas confesso que nem prestei atenção direito se estava funcionando, já que tenho medo de brinquedos radicais. Reparei que o público ficava nas filas, mas não por muito tempo. Inclusive, alguns amigos foram nos brinquedos e, quando acreditei que iriam demorar, eles já tinham participado da ativação. Acho isso um ponto positivo para quem quer aproveitar ao máximo a Cidade do Rock.
Agora vejo que o sol está quase se pondo e vou em direção ao Global Village para dar atenção à cenografia montada. Confesso que achei até ok, até reparar no palco surreal da Supernova, com apoio da Filtr. Que estrutura surreal! Com certeza bem maior que a edição de 2022, que lembro que ficava na Rota 85 e teve várias reclamações em shows como Poze do Rodo e Teto, por exemplo, por superlotação. Agora, o Supernova veio em uma área um pouco mais gourmet por conta de estar de frente para o Global Village, mas acredito que ele será muito bem aproveitado pelo público ali presente.
Pronto, anoiteceu e começo a reparar que várias ativações e estandes não estão funcionando. Aí fico me perguntando: se era o evento teste para ver se toda a estrutura estava funcionando, por que vejo lugares fechados, apagados? E olha que não estou falando de bares e lanchonetes, estou falando de praticamente toda a vila “Hype” sem funcionar. Isso me pegou um pouco de surpresa, como se o evento teste fosse mais um preview da Cidade do Rock do que realmente um teste completo do evento.
Comecei a me perguntar sobre como seria o palco Itaú em 2024, já que mais cedo tinham anunciado Forfun, BK, Os Garotin, Liniker. Fui atrás correndo e fiquei impressionado com a estrutura que o banco sempre entrega no festival. Não é à toa que, desde 2017, quando a Cidade do Rock foi para o Parque Olímpico, os stands, ativações e o palco de shows únicos da marca ficam marcados na história.
Pronto, hora de correr para a grade, ou melhor, “front” do palco New Dance Order para assistir Cat Dealers. E que loucura! O New Dance Order fica bem distante do palco Itaú, então perdi uns bons minutos e uma caminhada de quilômetros para chegar à tão sonhada grade. Pronto, agora era esperar!
Percebi que o público ainda estava meio sem saber, já que a programação foi enviada apenas por e-mail e não tinha nada comentando que ali estariam um dos maiores nomes da cena da música eletrônica no Brasil. Pronto, faltando um minuto, vejo o responsável pelas mídias sociais da dupla aparecer e já me posiciono. A dupla iniciou o show com um remix do hit “Oh Chuva” do Falamansa e, em questão de segundos, a galera já entrou na vibe. Com um som de invejar o palco Sunset (ps: já falo sobre isso), o New Dance Order é tudo que a galera do eletrônico sempre quis. Inclusive, arrisco a dizer que a equipe do Rock in Rio poderia investir mais em atrações de eletrônica de peso, pois eles sabem como agradar um público fiel.
Com um set de poucos minutos, mas de tirar o fôlego, Cat Dealers se despede do palco e sigo em caminho da missão de comer algo antes do show do Barão Vermelho, que acontece no palco Sunset. Passei por várias lanchonetes e, como muitas estavam fechadas, fui à procura do Cup Noodles, que ficava ali no Global Village. Nesse meio tempo, percebo que Barão Vermelho ainda estava passando o som, ponto que começou a me preocupar, pois já estava bem próximo ao show. Sendo assim, eu e meus amigos fomos comer no estande do Cup Noodles e percebemos um SUPER calor dentro do local. Até o momento, não estava finalizada a climatização do local, que ficava com uma sensação térmica horrível. Bom, sem filas, tivemos a sorte de ser bem rápido. Quando eu paro para comer, me surpreendo com fogos de artifício e percebo que: ALGO ESTÁ ERRADO. O momento dos fogos seria ao final do evento e não antes do show do Barão Vermelho. Pronto, nisso, perdemos a programação sem um aviso prévio e não conseguimos assistir. Algumas pessoas ainda se arriscaram a correr para o palco Mundo para registrar o momento, enquanto outras aceitaram que não era dessa vez que elas iriam assistir.
Pronto, energias recarregadas, é hora do show do Barão Vermelho. Aliás, os fogos já tinham ido ou será que teriam mais fogos ao final? Eu e meus amigos fomos ao sentido de ficar um pouco afastados do palco Sunset, mas como a proposta agora em 2024 é de mudança, a localização do palco Sunset fica a 400 metros do palco Mundo e o espaço mais arejado nos chamou atenção e conforto. Então, decidimos ficar por ali e que arrependimento. O som do palco Sunset parece não ter melhorado da última edição para essa. Não sabemos se foi pelo evento teste, mas era bem difícil ouvir os riffs de guitarra, bateria e até mesmo a voz do vocalista do Barão Vermelho. E foi assim até o bis, com “Pro Dia Nascer Feliz”, que parece que o som finalmente aumentou e conseguimos ouvir muito bem a banda que se despedia do evento teste.
Considerações finais do evento: por ser um teste, acreditamos que não temos como julgar totalmente por conta até de não ter o público máximo de lotação, mas que dá uma certa insegurança, isso dá, pensando que o primeiro dia desta edição foi o segundo dia mais procurado por todos os fãs. Como o evento iniciou às 16h30 e finalizou às 21h40, não tive como conhecer toda a Cidade do Rock. É literalmente impossível devido a tantas atrações, ativações e brindes, mas o pouco que vimos montado, essa edição promete entregar a comemoração aos 40 anos que o festival merece. Até dia 13 na abertura oficial do evento, graders.