Imagem de Destaque: Leonardo Rodrigues / Vou de Grade
Visão Geral
Um domingo cinzento paira São Paulo nesse encabeçamento de outono. Para muitos, um dia de curtir em família, tranquilamente, ou descansando em casa; para outros, o terceiro (e último, sendo o primeiro livre de chuva!) dia de Lollapalooza, destino de peregrinação anual para milhares de pessoas de todo Brasil que se aventuram até a zona sul da capital paulista por uma tarde com seus artistas favoritos.
O acesso ao festival continua igual; a melhor opção para quem vem do centro é optar pela linha 9 da ViaMobilidade, que este ano ofereceu serviço 24 horas para embarque-desembarque na estação Autódromo e desembarque nas demais estações, assim como as linhas 4, 5 e 8, além da opção de viagem Expressa, vendida separadamente.
A infraestrutura e organização do Lolla já são clássicas e queridas por muitos, mas esse ano foram dirigidas pela “Rock World”. Após as recentes revitalização do Autódromo de Interlagos e diferentes configurações adotadas por outros eventos, uma grande preocupação generalizada foi “e os morrinhos?” – Eles estão lá! Os maiores aliados para aqueles que sofrem com a baixa estatura, ou preferem manter certa distância das áreas mais cheias da frente, continuam presentes para os palcos “Samsung Galaxy” (anteriormente conhecido como “Onyx” e “Chevrolet”), o “Alternativo” (“Adidas”) e o “Budweiser”
Independente de quão clássico, existem sempre alguns pontos que podem passar por alterações em busca de melhorar a experiência geral; o tempo instável com muita água resultou num lamaçal nas áreas verdes. A solução aplicada foi a instalação de tablados para garantir melhor locomoção do público sobre a lama, mas isso não abrangeu áreas como a frente dos palcos que permaneceram expostas.
Outros quesitos foram melhorados, como a instalação de banheiros mais bem estruturados, mais pontos de hidratação, distribuição dos stands pelo espaço e ativações que garantiram diversão geral. Filas foram reduzidas, maior agilidade com os atendentes e melhor dispersão de público também foram pontos positivos.
Para alimentação, os preços acompanharam os da última edição, com algumas mudanças significativas: Em 2023, um refrigerante em lata custava R$12,00; nesse ano, você paga R$12,00 numa unidade com copo reutilizável e depois repete a dose por R$9,00, valores que também se aplicaram ao suco Del Vale: A cerveja Budweiser saiu por R$14,00; o chá matte leão, R$8,00, cerca de R$1,00 mais barato que na edição anterior. Para comer, as fritas saem por R$22,00 e os Big Nuggets, da Sadia, por R$25,00 (incluindo combo com as fritas).
O horário de abertura dos portões oscilou nos três dias de festival mas isso foi insignificante para a experiência geral; Os mais fanáticos garantiram a maratona em direção à cada palco onde seus artistas principais tocaram, e nós fomos atrás de alguns deles para descobrir o que buscavam nesse #Lollapalooza2024 e as expectativas futuras.
Os Shows
Começamos nossa odisséia oficialmente com o show da fantástica Yma no palco Samsung Galaxy. A estreante trouxe um repertório bilíngue, do português ao francês, incluindo uma canção inédita que embalou com a grade repleta de apoiadores. Performática, o show incluiu troca de roupa e muita voz, mostrando que a curadoria do festival continua selecionando excelentes talentos para todas as horas e palcos.
No palco Budweiser, o cantor Hungria, dono do hit “Amor e Fé”, trouxe pirotecnia e muita reflexão sobre conquistas; sua jornada até um palco como Lollapalooza vindo da Ceilândia e a ascensão social que muitos jovens não conseguem alcança: Seus esforços também foram recompensados com resposta do público, que interagiu à cada pedido solicitado pelo cantor, incluindo o balançar dos braços. Do outro lado do autódromo, Céu realizou um show excepcional de alguém com duas décadas de repertório e experiência, deixando o público encantado e já discutindo o próximo álbum, que sai mês que vem, além de lembrar da vereadora Marielle Franco.
Após uma breve pausa para recarregar as energia, o Vou De Grade teve a oportunidade de realizar registros fotográficos do Rael e curtir o show que contou com participações mais do que especiais: Emicida e Mano Brown marcaram presença no set do “Raelpalooza” e impulsionam a presença do hip-hop no line up. Foi durante o show do Rael que percebemos uma pequena garoa pairando sobre o público, que não se importou em momento algum com suas capas de chuvas, look predominante da edição 2024.
Mais tarde, Omar Apollo fez jus ao sangue latino com repertório misturando inglês e espanhol; com olhar sedutor e vocal aveludado, conquistou uma multidão no palco Alternativo, recebendo coro em “Evergreen” e presenteando os fãs com a inédita “Spite”. O cantor engajou com o público, arriscou o português, fez piruetas e até lembrou de um fã que estava no aeroporto no dia anterior, tudo isso sempre envolto de muita fumaça e uma iluminação backlight, ou seja, luz que vem de trás do artista e acentua sua silhueta, resultando naquele efeito dramático cativante. O cantor fez valer a espera depois de ter cancelado sua participação em 2023 e com certeza conquistou mais alguns fãs para seu eventual retorno ao país. Nós também pudemos realizar registros exclusivos do cantor durante as três primeiras músicas, que você confere aqui no site na aba “galeria”.
O cair da noite traz consigo maior ansiedade diante dos headliners: Sam Smith retorna ao Brasil pela terceira vez, já tendo participado de outra edição do Lollapalooza anteriormente, mas o talento e a emoção transbordam ao público como se sempre fosse a primeira vez. O espetáculo “Gloria: The Blackout” apresentou uma nova fase de descobertas e realizações, mas sem esquecer dos primórdios com hits como “Stay With Me” (que abre o show!) enquanto mistura as baladas e as músicas dançantes que cativam os últimos trabalhos de Sam (“Latch” com Disclosure, “Desire” com Calvin Harris e “Unholy” com Kim Petras não poderiam faltar). A voz de Smith faz parecer fácil alcançar as notas de “I’m Not The Only One” e, a cada agudo realizado, todos vibram.
Sam relembrou que faziam 5 anos desde sua última aparição no Brasil, e reforçou como sua vida mudou nesse meio tempo, claramente refletido no show que se desprende de gêneros, construções sociais e dialoga com amor, incluindo a relação de carinho com o público brasileiro. Entre as trocas de roupa, Sam vai de um vestido de gala para uma camisa da seleção, mostrando que já se sente em casa no Brasil.
Por fim, a SZA estreou em território nacional com um espetáculo desenhado e planejado para os festivais da América Latina, adaptado de sua turnê para o álbum “SOS”, incluindo destaque no vídeo de introdução “SZA in Lollapalooza”. Pontualmente às 21:30, o palco Budweiser foi inundado pelo carisma e talento de Solána que, munida de uma blusinha escrita “Brasil”, um short e com apenas dois álbuns de estúdio, conseguiu carregar um show com mais de 20 músicas e dinamismo de uma estrela consolidada.
O show é repleto de influências e claramente planejado nos mínimos detalhes; das referências cinematográficas como Kill Bill à estética Steampunk dos elementos de palco, à iluminação envolvente sempre tão ritmada com as músicas quanto os bailarinos que vem e vão, mas tudo isso seria inútil se não fosse por um fator principal: o talento inquestionável de SZA que canta, dança, interage, se pendura numa bola de demolição (!), dança com espadas e não deixa, em momento algum, o público perder o foco.
E, de certa maneira, é difícil perder atenção quando você tem na sua frente um repertório que inclui “Love Galore”, “All The Stars”, “Supermodel”, “Kiss Me More” (essa incluindo um “break de samba” ao final!), “Kill Bill”, “The Weeknd” e “Good Days”. As canções em colaboração, como “Ghost In The Machine” (originalmente com Phoebe Bridgers), foram realizadas em dueto com o público, que cantava tão alto quanto o sistema de som do festival. A devoção era tamanha que, na realidade, toda canção parecia ser um hit.
Numa noite de tantos momentos memoráveis, podemos dizer que a SZA fez história com um dos shows mais célebres da história do festival. Uma das imagens mais marcantes da noite, talvez, tenha sido o céu iluminado pelos fogos de artifício enquanto a cantora retornava uma última vez ao palco, balançando a bandeira do Brasil de um lado ao outro, mandando beijos aos fãs. É simplesmente indiscutível que a estadunidense tem uma leveza ao cantar e em seus movimentos que seria suficientes para levantar o Titanic.
Nós do Vou De Grade agradecemos à Approach Comunicação por essa oportunidade inesquecível de presenciar o Lollapalooza e trazer um pouquinho da experiência para os fãs de música com nossa cobertura do evento e registros fotográficos.
Ah, e Alô Lollapalooza! Nós já temos aqui alguns dos nomes mais pedidos para edição 2025! Se liga na nossa página do Instagram pra ver um compilado de alguns dos nomes mais pedidos! Para adiantar, posso escrever aqui algum dos solicitados: Bruno Mars, Summer Walker, Olly Alexander, YMA, Allie X (essa aqui é de quem vos escreve!)
Agora resta torcer. Até 2025!