A primeira edição do festival Doce Maravilha aconteceu no último final de semana, 12 e 13 de agosto de 2023, na Marina da Glória, na cidade do Rio de Janeiro. O Vou de Grade esteve lá e agora contamos tudo pra você como foi. Começando pelo line up de peso, com nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Margareth Menezes, Adriana Calcanhotto, Baiana System, Anavitória e muito mais.
No sábado (12), primeiro dia de festival, o grupo Os Garotin estrearam o palco do Doce Maravilha com um incrível mix de samba, soul, R&B e black music. Apesar de estar no início do festival, o público já se mostrava presente, cantando algumas das músicas apresentadas e aplaudindo Anchietx, Cupertino e Leo Guima, integrantes do grupo. O próximo show seria de Maria Gadú, porém, devido à uma alteração repentina no clima com ventos muito fortes, que pegaram todos de surpresa, o show da banda Los Sebosos Postizos foi realizado primeiro, no Palco Farm Rio apresenta: Mango Lab. O público pode curtir o projeto paralelo de Lúcio Maia, Jorge Du Peixe, Dengue e Pupillo, do Nação Zumbi, e cantar os sucessos de Jorge Ben Jor, artista de serve como inspiração para o projeto.
Em seguida, foi a vez de Maria Gadú fazer o seu retorno aos palcos cariocas, estreando o Palco Amstel no festival. Como esperado, o público se encantou com seus sucessos, letras poéticas e voz potente. Gadú se emocionou e agradeceu a todos presentes ali, era visível que ela e sua banda estavam muito felizes por aquela realização. Os próximos a se apresentarem foi o duo Anavitória, que convidou Samuel Rosa para cantar três músicas com elas, foram estas: Amores Imperfeitos, Dois Rios e Vou Deixar. Todas emocionaram e levantaram a energia do público, que se animou com os sucessos da banda Skank. “Amores Imperfeitos” inclusive, é uma música que Ana e Vitória fizeram um cover em 2017, lançado nem todas as plataformas digitais da época – ouça aqui.
Atravessando a área do Doce Maravilha e chegando no Palco Farm Rio apresenta: Mango Lab, o próximo show seria dos brilhantes e lendários Adriana Calcanhotto e Rodrigo Amarante (foto). Os dois levaram o público a loucura com uma cartilha de hits conhecidos e letras na ponta da língua, como “Vambora”, “Devolva-me”, “Esquadros” e “Pra Lhe Dizer”.
Após a dupla, foi a vez de Emicida subir ao Palco Amstel convidando Maria Rita para um show de samba, rap e MPB. A multidão aplaudiu e comemorou em vários momentos deste show, desde quando cada um entrou no palco, até o momento em que acabou. Juntos, cantaram sucessos como “Hoje Cedo”, “O Bêbado e a Equilibrista” e “Emoriô”, este último em homenagem a João Donato.
Para encerrar os shows no Palco Farm Rio apresenta: Mango Lab, Margareth Menezes e Luedji Luna levaram todo o talento, potência e magia ao Doce Maravilha. O público abraçou a energia das músicas e cantaram todas, ambas encerraram suas apresentações com “Banho de Folhas”, de Luedji Luna e “Faraó”, de Margareth Menezes, que atualmente é Ministra da Cultura no Brasil.
Ao final do dia, o headliner do festival ficou com a combinação perfeita entre Gilberto Gil e Baiana System, juntos cantaram alguns de seus sucessos como “A Novidade”, “Punk da Periferia”, “Nos Barracos da Cidade” e “Extra”. A energia do show era vibrante e possível sentir de longe a alegria do público por testemunhar tal encontro. O Doce Maravilha encerrou o primeiro dia da melhor formal possível.
No domingo (13), o dia no Rio de Janeiro já amanheceu diferente, com o céu nublado e previsão de chuva para o dia todo, e assim aconteceu, o que, novamente, interferiu na ordem dos shows – Caetano, que se apresentaria às 20h30, teve o horário trocado com Marcelo D2, entrando no palco depois das 23h.
O acesso ao festival aconteceu de forma tranquila, tanto para pedestres e carros, sem trânsito. A praça de alimentação também estava organizada e dando vazão para a quantidade de pessoas ali presentes. Talvez a ação que mais tenha chamado atenção no festival foi a Isla Drink, que estava distribuindo gratuitamente drinks com gin, sempre formando uma pequena fila, que logo ia se desfazendo com todos saindo satisfeitos com seu drink em mãos.
Michael Sullivan abriu os shows do segundo dia, apresentando os maiores sucessos de Tim Maia e Xuxa, o público se animou e cantou junto, mesmo com a chuva fina que caía no momento e o vento frio que corria pela Marina da Glória. Em seguida, Luccas Carlos e Hodari dominaram o Palco Farm Rio apresenta: Mango Lab com muita vibe boa e músicas incríveis. Foi o único momento do dia em que a chuva deu uma trégua e foi possível curtir de uma forma melhor – na maioria do tempo, pois começou sem e terminou com muita chuva. O público vibrou muito com os dois se apresentando juntos, são cantores que trazem muita potência e presença ao palco. Luccas apresentou algumas das mais famosas parcerias, como “Embrasa” e “Bilhete”; Hodari cantou sua música nova com Luedji Luna, “Orishas” e “Teu Popô”, numa versão Poesia Acústica, com o Luccas.
No Palco Amstel, João Gomes e Vanessa da Matta começaram o show com cerca de 30 minutos de atraso e estava chovendo muito, já era possível notar a formação de algumas poças e lama. Mesmo assim, nada parou João e Vanessa, que brilharam juntos unindo o piseiro e a MPB. O encontro que começou como inesperado, terminou sendo uma grande surpresa, todo o público gostou muito.
Em seguida, a Orquestra Imperial se apresentou no Palco Farm Rio sob intensa chuva e, como homenagem, tocaram os maiores sucessos de Rita Lee. A chuva se intensificou mais ainda quando o show acabou, o que fez com que o todo o público se dirigisse a praça de alimentação, único local coberto do festival, onde estava acontecendo a Roda de Samba do Miguelzinho, que animou o público. Como todos se encaminharam para a praça de alimentação, o espaço acabou ficando pequeno para comportar aquela quantidade de pessoas, causando tumulto e não sobrando espaços vagos.
Neste momento, seria dado início ao show de Caetano Veloso, porém, devido à uma intensa chuva que atingiu a capital carioca, a ordem foi alterada e o comunicado foi divulgado após 40 minutos de espera. Marcelo D2 subiu ao Palco Amstel por volta das 21h20 e, mesmo com as condições de tempo limitadas, fez um show incrível, trouxe toda sua energia do rap para o público do Doce Maravilha cantando em busca da batida perfeita. Durante a apresentação, era possível ouvir algumas reclamações sobre iluminação e som.
Em seguida, para encerrar o Palco Farm Rio apresenta: Mango Lab, Liniker e Péricles encantaram e brilharam com suas vozes potentes e músicas com letras que tocam o coração. Para finalizar o festival, Caetano Veloso chegou para um show especial com Jards Macalé e de fato mostrou o porque é considerado um dos maiores artistas da música mundial. Com alegria e paixão, Caetano emocionou ao público, que mesmo com todas condições climáticas contrárias, deu tudo de si pra celebrar e viver esse momento.
O evento
Quanto ao evento em si, algumas questões ficaram em evidência por parte do público. O line-up incrível e inovador, o encontro de nomes incríveis da música brasileira com certeza foi um diferencial dentre o nicho de festivais que ocorrem pelo país. Quanto a parte de alimentação, era possível encontrar opções variadas de comidas e bebidas, banheiros em ótima qualidade, grande quantidade de caixas fixos e ambulantes.
Quanto aos pontos a melhorar para uma possível próxima edição, cabe pontuar o baixo volume do som no Palco Amstel e a falta de logística melhor quanto ao término dos dois dias de evento, causando confusão na saída. O festival divulgou um comunicado oficial (veja aqui) para explicar algumas mudanças que precisaram ser feitas no cronograma dos shows e também criou um Canal de Escuta Aberta (veja aqui) para receber e organizar todas as considerações do público, com o intuito de desenvolver possíveis ações e melhorias.
Agradecemos pelo convite do Doce Maravilha e ficamos agora curiosos para o que esperar de uma próxima edição. Até já, Graders!