Nos últimos 12 anos, Imagine Dragons foi trilha sonora de diversos momentos da minha vida: comemorações, desafios alcançados, perdas, novos ciclos, estudos, trabalho e decepções. Dentre todos os álbuns lançados, sempre existiu alguma música que traduzisse exatamente o que estava no meu coração naquele dia/situação.
Depois de muita espera e shows adiados, finalmente pude ver Dan Reynolds, Dan Platzman, Daniel Wayne e Ben McKee no palco novamente, em São Paulo, 28 de Fevereiro, no primeiro show da Mercury World Tour no país, que celebra o lançamento do trabalho mais recente da banda, Mercury – Acts I & II.
Tanta coisa mudou desde a última vez em que estiveram aqui, menos o potencial da banda em emocionar e proporcionar uma experiência única ao seu público.
Não é coincidência que o Imagine Dragons consiga lotar estádios em 2023. O Allianz Parque foi completamente preenchido por fãs, e o público era diverso – fãs na faixa dos 20 e poucos anos que acompanharam o crescimento da banda, casais adultos, famílias e crianças, também fãs da banda, acompanhadas dos pais e ansiando pelo momento de celebrar a vida com Dan Reynolds.
A banda iniciou o espetáculo com “My Life”, com uma explosão de papel picado voando por toda a pista do estádio e completando a cenografia do palco.
A relação do Imagine Dragons com o Brasil é especial. Além do fato do pai do Dan Reynolds já ter morado aqui, a banda sempre recebeu uma recepção calorosa desde a estreia no Lollapalooza Brasil 2014.
“Vocês sabem o tanto que o Brasil significa pra mim,” disse um Dan Reynolds, muito emocionado, e segurando a bandeira brasileira. “Eu amo esse lugar, amo essas pessoas. Muito obrigado por serem o primeiro lugar que verdadeiramente celebrou o Imagine Dragons. Sempre que chegamos aqui nos sentimos em casa. Vocês têm nos recebido durante uma década e não subestimamos isso.”
Como diferencial, para algumas músicas, a banda apresentou um formato acústico e optou por canções que não vinham sendo tocadas em outros países.
“Next to Me”, “Amsterdam”, “Wrecked” e “I Bet My Life” entraram no novo formato, acompanhadas de muita interação com o público e, de bônus, Dan descendo do palco para interagir de pertinho com toda a plateia. Como agradecimento pela relação de longa data com o Brasil, a banda também trouxe mais uma surpresa em relação ao setlist da turnê: “Bad Liar”.
Grandes hits de Night Visions, disco de estreia do grupo, também estavam na setlist. “Radioactive”, como sempre, foi o ponto alto da noite para o público mais antigo. Já a novidade “Bones” levou o público mais novo à loucura, acompanhada de “Demons”.
Durante a noite, Dan Reynolds preocupou-se em declarar repetidas vezes seu apoio às comunidades LGBTQIA+, exibindo bandeiras durante o show. Um dos baixos de Ben McKee também trazia a bandeira trans estampada com um coração no meio.
Para aqueles que conhecem em detalhes cada verso de todas as músicas da jornada da banda até os que só foram no show pelos hits, o show da Mercury Tour é uma experiência sensorial e imersiva única, prendendo completamente a atenção de todos durante quase 2h. Com jogos de luz, chuva de papéis picados e muita fumaça, cada música é introduzida por um vídeo no telão que narra diferentes partes da jornada humana, começando pelo despertar, passando pelo poder das emoções e sensações, encarando a dor e o luto e terminando em um momento de encontro consigo mesmo e de seu lugar no mundo.
O espetáculo caminha para o final em clima de alegria com “On Top Of The World”, “Bones”, “Radioactive” e “Walking The Wire”. A última música é um bônus de “My Life”, que também é a canção de abertura, mas em uma versão que traz um tom de celebração e otimismo para fechar a noite.
Sem dúvidas, foi uma daquelas noites que irei lembrar pelo resto da vida. Obrigada, Imagine Dragons, por trazer vida a nossa cidade e preencher os nossos corações com alegria e esperança por um mundo melhor!