EXPERIÊNCIA COM JANE’S ADDICTION (23/03)
Prestes a tocar no Lollapalooza, a banda de rock americana Jane’s Addiction desembarcou no Brasil para um show solo para seus fãs, como aquecimento para o festival na quinta-feira (23). O festival foi criado pelo vocalista da banda, Perry Farrell, como uma turnê de despedida, marcando a cultura pop como um grande sucesso.
O local escolhido para o show foi a Audio Club, um local espaçoso que comporta muitas pessoas na pista e também possui camarotes fechados. No dia, haviam fãs que fecharam dois camarotes para comemorações pessoais, com vista privilegiada diante das outras posições do mezanino que ficavam mais distantes do palco.
O público não era tão fervoroso quanto o de uma diva pop, mas sim como esperado em um show de rock n’ roll. As pessoas chegavam próximo ao início do show, e a casa lotava em torno de 30 minutos. Eram pessoas mais velhas, vestidas com suas roupas de couro, merchandising da banda e que lotavam os fumódromos e bebiam bastante os drinks quentes do bar. Alguns estavam acompanhados de suas famílias, tanto a esposa quanto os filhos. Haviam fãs com carrinhos de bebês no fundo do camarote, e os pais se divertiam com o show.
A banda entrou por volta das 22:00 e entregou um repertório de quase duas horas, além de um encore final com mais duas músicas. Entre as canções, rolava pequenas rodas punks na plateia, o que divertia bastante os integrantes e principalmente o Perry, que levantava sua garrafa de vinho e celebrava a vida, relembrando amigos e a vida que passou diante das drogas de Los Angeles. Ele também falava sobre sexo de forma aberta, tanto em suas músicas quanto em pequenos discursos antes das canções.
As performances das dançarinas da banda hipnotizavam a plateia, com suas vestimentas que envolvem um teor fetichista, gerando atenção e até mesmo curiosidade. Elas dançavam conforme a música, mas ao mesmo tempo a música não acompanhava a performance, tornando o palco um mix de informações para que o público se sentisse tentado a olhar para todos os lugares ao mesmo tempo.
Podemos ver que o rock que o Jane’s Addiction promove é nostálgico e da mais pura essência do gênero, sendo pioneiros e desenvolvedores do rock, continuando a fazer um grande show e atraindo um público nostálgico e nichado. No entanto, eles enfrentam desafios para atingir novos públicos que se interessem pela verdadeira forma como o rock n’ roll é e sempre será lembrado. E como seria essa imagem? Apenas um show do Jane’s Addiction poderia responder.