A turnê ‘NÓS’ chegou a capital com homenagens, emoção e nostalgia entre os fãs, que celebraram reunião do grupo
Quem é fã não se importa em esperar por 1, 2 ou até mesmo por 9 anos para ver um show da banda preferida. Neste mês, Forfun, o icônico quarteto carioca que embalou hits nos anos 2000, voltou aos palcos após hiato de quase uma década e tem feito o público de diversas cidades vibrar com sua energia contagiante. Na última sexta-feira (20), o Vou de Grade esteve presente na apresentação que aconteceu em Brasília, na areninha BRB.
A meia hora de atraso fez valer a espera de milhares de fãs, que quase esgotaram os ingressos para a ocasião. O telão mega estruturado exibiu um vídeo com uma mensagem sobre união e diversão, em alusão ao nome do grupo.
Em seguida, Danilo Cutrim, Vitor Isensee, Nícolas Fassano e Rodrigo Costa acompanhados do saxofonista Lelei Gracindo fizeram a plateia estremecer ao entrarem no palco com a faixa “Hidropônica”, canção com rifle marcante e letra que marcou toda uma geração.
Ao fundo, foram exibidos visuais psicodélicos mesclados com clipes antigos, trazendo uma ambientação familiar e nostálgica para o público de longa data.
Na sequência, a performance de Good Trip e o Viajante contaram com o coro da plateia do começo ao fim. Neste momento, ficou claro o público fiel que o quarteto acumula não foi a lugar algum, mesmo com mais de 10 anos após seu último lançamento.
A turnê NÓS, um dos maiores acertos da produtora 30e diante da onda de reuniões, marca o reencontro da banda após o anúncio do hiato, em 2015, que, ao que tudo indica, se deu por divergências ideológicas. Cutrim, Isensee e Fassano seguiram com o Braza. Já Costa, seguiu seus projetos com o Carranca, afastando-se do grupo.
Nem mesmo a disjunção do Forfun foi capaz de dissolver a sintonia do baixista com os outros companheiros, em especial, com o guitarrista Cutrim, com quem ficou frente a frente, em diversos momentos do show, combinando arranjos de guitarra com seu baixo inventivo, além de vocais que soam tão bem juntos, como sinalizou Chorão, em 2007.
Entre os blocos, imagens de arquivo do auge da carreira da banda, em meados dos anos 2000, foram exibidas. Recordações de estúdio, participação em programas de auditório, jogos de futebol e, até mesmo, a marcante colaboração com o Charlie Brown Junior, com quem gravaram a faixa ‘Universo a Nosso Favor’.
Em meio aos acordes elétricos e guitarra frenética, a banda introduziu um momento acústico com um cover de “Por Enquanto”, uma homenagem a Cássia Eller e Renato Russo, músicos brasilienses. Em seguida, algumas outras canções da banda seguindo os moldes de voz e violão, como “O Melhor Bodyboarder da Minha Rua” e “Vou Em Frente”
“É hora de voltar pra quebração”, anunciou Danilo encerrando a calmaria acústica. O guitarrista traz vocais suaves e animação no palco, sempre com bom humor, ginga e interação com a plateia, assumindo a postura de frontman com muito charme e carisma.
Já Isensee, o tecladista, também é capaz de hipnotizar o público com rimas inteligentes e bastante repertório, o que sempre trouxe uma caga consciente e politizada para as composições da banda, sem deixar de lado o alto astral. Em “Tropicália Digital”, roubou a cena e fez a arena pular.
Fassano, o baterista, interagiu com os fãs antes do último bloco por meio de um discurso sobre união e afetos, convidando quem estava no espaço a agradecer a quem estava ao seu lado pela presença no evento. Com muito entusiasmo e magnetismo, nem sempre evidentes atrás dos bumbos e baquetas, ele fez questão de demonstrar gratidão ao público.
As faixas “Cara Esperto” e “Costa Verde” foram as escolhidas para encerrar a apresentação que emocionou a todos do começo ao fim. Costa, que vive o reencontro com os colegas de banda, sorriu o tempo todo e não escondeu a satisfação de estar ali novamente. Ele encerrou o show com declarações à banda e à plateia. “Tô saindo daqui com o coração quentinho”, afirmou, “(os colegas de banda) são meus irmãos da vida”.
A reunião do Forfun provou que, de fato, alegria compartilhada é alegria redobrada. Não somente entre os fãs, mas principalmente entre o quarteto. Ficou clara a mensagem de que música constrói e eterniza, isso representa, provavelmente, a reconciliação do grupo e a imortalidade da banda, que ainda é capaz de fazer gente de todo o Brasil sorrir.