Fazer uma coluna de opinião de uma artista tão grande quanto Taylor Swift pode ser uma via de dois caminhos. Posso dizer que ela é uma grande artista e compositora, o que realmente ela é, e ser aplaudido por dizer grandes verdades, ou também posso falar mal sobre algum detalhe de sua carreira e ter minha vida toda vasculhada para demonstrar que minha opinião não importa. No entanto, é um desafio para qualquer redator se aventurar em qualquer assunto e, principalmente, dizer pontos de vista, mesmo que sejam completamente parciais, e que gerem questionamentos ou debates futuros.
Taylor Swift é uma cantora completamente talentosa, não podemos negar que sua mais recente turnê “The Eras” está dando o que falar, seja de multidões de fãs do lado de fora dos estádios, como acampamentos em filas para compras de ingresso. Em seu último álbum lançado “Midnights”, Taylor alcançou mais recordes em plataformas de streaming e também de vendas, tendo várias edições do álbum onde os fãs tinham a oportunidade de formar um relógio com os mesmos, formando o conceito do álbum e também trazendo todo o planejamento da incrível projeção que Taylor possui em suas criações. Não é apenas um álbum e apenas uma história em suas letras autorais, mas também como levar tudo isso para seus fãs em grandes visuais e merchandising que colaboram com os lucros e receitas para os próximos trabalhos.
A turnê é totalmente bem equipada, são telões gigantes, aproveitamento de assentos em todos os cantos do estádio e até de visão parcial, fazendo com que fãs não consigam ver o telão principal, apenas a passarela. Porém, todos são vendidos com facilidade e rapidez, pois ninguém quer perder o espetáculo que é ter a discografia inteira sendo apresentada por aproximadamente 3 horas. A cantora sabe onde quer atingir os fãs e sabe quem a acompanha, como eles pensam… Já vi diversas threads no Twitter de diversas teorias que a cantora sempre deixa espalhadas em seus videoclipes, roupas ou até mesmo movimentos em cima do palco, que deixam os fãs ansiosos para novos passos e conteúdos.
Com três datas anunciadas para o Brasil até o momento, conversei com três fãs, ou melhor, swifties (o nome do fã-clube da Taylor) que haviam comprado a Lover Fest, show cancelado em 2020. Quando perguntei sobre a popularidade da Taylor no Brasil: “Como a Taylor de fato nunca trouxe uma turnê de verdade pra cá, muitos fãs sempre ficaram na espera de que alguma viesse, pelo menos do álbum 1989 para cá. Ninguém vai querer perder esse show, muito menos por ser uma turnê especial com mais tempo de duração”, afirma Leonardo, que comprou seus ingressos na pré-venda.
Acho que era previsível a alta procura. Depois da pandemia a demanda por eventos aumentou muito em todos os tipos de shows. Na Lover foi parecido, acredito que com isso teremos datas extras por aqui. Por aqui eu comprei na pré-venda dos que tinham comprado a Lover, foi bem tranquilo pra mim, garanti os meus e dos meus amigos inclusive, mas sei que ainda muitos irão tentar na venda geral.
Leonardo, fã da Taylor Swift de São Paulo.
Luiza também conseguiu comprar os ingressos através da pré-venda, sentiu que foi muito difícil e não imaginava que teria, em uma pré-venda, quase 1 milhão de pessoas buscando ingressos para o show. “Apesar da barreira da linguagem, acredito que a Taylor é tão popular no Brasil por conta de, justamente, ser tão fácil criar uma conexão e se identificar com ela.”
Eu acho que desde 2017 ela conseguiu crescer mais o público por conta do comeback com o reputation, e aí aos poucos foi criando uma fanbase e aí com a pandemia quando veio o folklore, isso fez agregar mais o público pq era um som novo e isso expandiu mais o público, mas assim, eu como fã acho que também é muito por questão de afinidade dos assuntos que ela trata nas músicas e até mesmo pelas mudanças de identidade visual.
Luanny, fã da Taylor Swift do Rio de Janeiro.
Luanny ainda conta que sentiu facilidade ao comprar pelo site. “Eu comprei ‘de boas’, mas eu tive que fazer todo um esquema entre eu e mais 6 amigos pra me ajudar na compra, pra não perder, e em menos de 10 minutos eu consegui o ingresso.“
Diante das falas dos swifties, pude notar sobre a conexão dos fãs que Taylor consegue atingir com seus fãs. O que torna tudo tão atraente em seus trabalhos? São os visuais? A estética? O pensamento de ir além com easter-eggs? Ou apenas a lírica e letras sobre amor? Creio que a música tende a tocar as pessoas de formas diferentes, como eu sentir que o álbum Lover não é um grande trabalho como foi o Reputation e não conseguir passar nem da metade do álbum, porém escutar o 1989 e saber que é um ótimo álbum pop. Taylor possui um trabalho muito diverso onde quem não consegue gostar de uma era, consegue se conectar através de outro trabalho já feito ou até mesmo acompanhar sua linha de raciocínio.
“As regravações dos álbuns também ajudaram a trazer novos fãs que não viveram aquela época. As músicas dela são muito pessoais, falam sobre desilusões amorosas, amizade, amadurecimento e outras experiências que todo mundo passa. Isso faz com que quem escuta crie uma conexão com o som e se identifique“.
Luiza, fã da Taylor Swift de Porto Alegre.
Taylor não possui o melhor talento de dança como seria a Beyoncé, não chega a ter todo um trabalho conceitual como Lady Gaga, porém o diferencial dela é não ter absolutamente a comunicação geral em qualquer público, seja do mais infantil até o adulto, podendo se espelhar em suas letras da era country ou até mais pop. Para responder minha pergunta, creio que a popularidade de Swift é por ser quem ela é, e creio que o que ela puder acrescentar sempre será uma novidade para seus fãs.
A resposta disto tudo está no trabalho duro de escrever as próprias músicas, de saber onde se conectar e mesmo ao se envolver em polêmicas, saber como trabalhar a ponto da polêmica se tornar lucro em seu próprio bolso. Ela soube como tornar um emoji de cobra no Instagram em uma estátua gigante em uma turnê de vários estádios com ingressos esgotados. É uma verdadeira Mastermind.
Agradecimentos ao Leonardo, Luiza e Luanny por participarem!